Os fundos de índice, ou ETFs (Exchange Traded Funds), são fundos de investimento constituídos com o objetivo de investir em uma carteira de ações que busca replicar a carteira e a rentabilidade de um determinado índice de referência (índice subjacente), como o ibovespa, ou qualquer índice de ações ou de renda fixa reconhecido pela CVM. 

Assim, ao adquirir cotas de um ETF referenciado em um índice de ações ou índice de renda fixa, o investidor passa a deter indiretamente todas as ações ou títulos da carteira deste índice, e na mesma proporção que cada uma delas representa do índice, sem precisar comprar separadamente os papéis de cada empresa ou os títulos. 

Quando a carteira do índice subjacente é rebalanceada, em função das recomposições periódicas, o administrador do ETF ajustará a carteira do fundo, para refletir a nova composição.

Além disso, o administrador também ajusta a composição da carteira do ETF de maneira a refletir ajustes feitos na composição da carteira teórica do índice devido à distribuição de proventos.

Navegue pelos tópicos abaixo para conhecer melhor esta modalidade de investimento no mercado de capitais.

E assista a este vídeo do canal CVM Educacional no Youtube: 

Os ETFs, constituídos sob a forma de condomínio aberto e com cotas negociadas em bolsa de valores, vem ganhando popularidade entre os investidores, porque possui algumas vantagens, como: 

1) Diversificação, rapidez e eficiência, reduzindo riscos 

Os ETFs podem ser comprados e vendidos da mesma forma que qualquer ação listada para negociação em bolsa. Ao adquirir cotas de um ETF, o investidor investirá indiretamente em várias das principias companhias abertas do Brasil, mas negociando um único ativo, e sem a necessidade de rebalancear as ações, para replicar o índice desejado, trabalho que é feito pelo administrador. 

Ao incorporar ETFs em uma estratégia de investimento, os investidores podem se beneficiar da diversificação instantânea. Os ETFs oferecem maior diversidade do que simplesmente comprar ações ou títulos de renda fixa individuais, porque agrupam ativos diferentes, de acordo com a constituição do índice. Ou seja, não há necessidade de comprar ações ou títulos separadamente.

Os investidores podem reduzir o risco em seus portfólios e aumentar seus retornos potenciais, criando uma carteira diversificada com vários tipos e temas de ETFs.

É importante ressaltar que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

Os ETFs dão acesso a mercados em todo o mundo, variando de países específicos a uma classe de ativos, como ações, renda fixa, títulos globais, criptomoedas e até commodities.   

2) Simplicidade 

Cotas podem ser compradas e vendidas através de qualquer corretora, durante o pregão da bolsa. Outra vantagem dos ETFs está na liquidez, que oferece a flexibilidade de transformar um investimento em dinheiro rapidamente, ao valor justo. Os ETFs atuam de maneira semelhante às ações, que podem ser compradas ou vendidas a qualquer momento durante o horário de mercado. 

Como os ETFs têm a mesma flexibilidade de negociação que as ações, os investidores de curto prazo podem usá-los para entrar e sair rapidamente de uma posição. Mas os ETFs também são uma maneira econômica de criar um portfólio a longo prazo. 

3) Minimização de custos

Os ETFs possuem uma baixa taxa de administração ao se comparar com os fundos de investimentos (fundos de ações; de renda fixa; e multimercado), e permitem que os investidores acessem o mercado de ações, de renda fixa, de títulos globais, de commodities, etc, de forma diversificada, sem incorrer em altas despesas operacionais, com baixo investimento inicial, e sem a responsabilidade de realizar ajustes na carteira para reproduzir individualmente a performance do índice subjacente.

O impacto dessas economias de custo pode ser significativo, principalmente ao longo do tempo ou quando os retornos do mercado são baixos. 

4) Transparência 

Divulgação diária da composição de carteira e precificação disponível publicamente.

 

Enfim, os ETFs podem ter muitos benefícios, como simplicidade, custo, transparência, diversificação e flexibilidade.

Veja a seguir os diferentes riscos a que o investimento em ETFs pode estar sujeito: 

Risco de Liquidez 

A liquidez está relacionada à dificuldade em negociar o ETF a um valor justo. Considere os aspectos abaixo ao avaliar a liquidez de um ETF: 

  • Bid/ask spreads: é a diferença entre o preço de compra e venda do ETF. Em geral, quanto menor o spread, mais liquidez tem o ETF; 
  • Volume médio de negociação: em geral, quanto maior o volume, mais liquidez tem o ETF. 
  • Se o ETF está negociando perto do seu NAV: uma indicação do valor justo de cada ativo do ETF. Quanto mais próximo do valor patrimonial líquido, mais liquidez terá o ETF. O patrimônio de um ETF é dado pelo valor de todos os ativos que ele tem. Com esse patrimônio, podemos chegar ao preço de cada cota do ETF. Esse valor é chamado de Valor Líquido do Ativo, ou, em inglês Net Asset Value (NAV). O NAV é obtido usando o preço de fechamento dos ativos que o EFT possui e ele é calculado pela subtração dos ativos pelos passivos e dividido pelo número de cotas que o ETF tem.

Risco Cambial 

Os ETFs podem apresentar risco cambial. Os ETFs internacionais são cotados em moedas locais. Portanto, alterações na taxa de câmbio afetarão o valor de um investimento. Como exemplo, temos no Brasil os BDRs de ETFs, que são títulos locais, na forma de um BDR, que representam determinado ETF negociado no exterior. O mesmo ocorre, por exemplo, com os ETFs referenciados em índices de ações no exterior, como o S&P 500.

Risco de Mercado 

A volatilidade é alta no geral, pois o preço das ações oscila diariamente na Bolsa. No entanto, o risco de mercado é atenuado pela diversificação das carteiras. Mas, nem todos os ETF são bem diversificados, especialmente os que replicam índices setoriais.  

Importante mencionar que até mesmo os ETFs de renda fixa estão sujeitos ao risco de mercado, devido à sensibilidade, e consequentemente à volatilidade, que os títulos de renda fixa da carteira de referência podem ter em relação a variações nas taxas de juros. 

Os dois principais custos a serem analisados nos investimentos são: taxas de corretagem e taxa de administração. 

  • Taxas de corretagem: podem ser cobradas quando o ETF é vendido ou comprado, assim como ocorre nas negociações de ações. Antes de investir, o investidor deve pesquisar as taxas cobradas pelas corretoras, para então avaliar a melhor relação custo x benefício.
  • Taxas de administração: são taxas pagas ao administrador do fundo como contraprestação aos serviços de administração e gestão prestados.  

A taxa de administração remunera o trabalho realizado pelo gestor, que é o responsável por definir que papéis serão comprados ou vendidos, quando e em que quantidade.  Por serem fundos passivos, que buscam apenas replicar determinado índice, a taxa de administração dos ETFs costuma ser bem menor do que a do mercado em geral.  

Em geral, os fundos de investimento que adotam uma estratégia de investimento ativa terão custos operacionais maiores que os fundos de ETF (fundos indexados) porque estão buscando retorno em excesso além do índice.

Dois fatores que devem ser analisados antes de comprar um ETF são: 

  1. Desempenho do ETF;
  2. Índice subjacente do ETF;

 

  1. Desempenho do ETF: refere-se a quanto o ETF corresponde em relação ao desempenho do índice. Embora um ETF esteja intimamente alinhado com o desempenho do índice que está rastreando, ele não tem uma correspondência exata. Por exemplo, os custos envolvidos na gestão de um ETF podem afetar seu desempenho. 
  2. Índice subjacente do ETF: Antes de escolher um ETF, o investidor precisa entender quais são seus objetivos de investimento e a sua finalidade. Os ETF podem ser usados para diferentes situações: 

Acesso a ativos específicos, regionais e globais de cada país; 

Exposição à uma área de interesse, como tecnologia, telecomunicações, fontes de energia renovável, bens de consumo, etc;

Acesso a classes de ativos específicas, que incluem ações, renda fixa, imóveis, commodities etc.       

 

Além dos itens supramencionados, outros fatores devem ser levados em consideração no processo de tomada de decisão, tais como: fornecedor do ETF; tamanho; escala; histórico e comprometimento com o setor de ETF.

Como comprar?

Como as cotas dos ETFs são negociadas na bolsa de valores, você tem a facilidade de poder comprá-las ou vendê-las quando desejar pela corretora de sua preferência, até mesmo por operações realizadas diretamente via sistema de negociação online (home broker).

Saiba mais como funciona a bolsa.

Qual investimento mínimo?

O investimento mínimo para adquirir cotas de um ETF no mercado corresponde ao lote-padrão de negociação na B3.

Quais fatores influenciam o preço de negociação de um ETF?

Os ETFs são negociados como uma ação e suas cotações em bolsa oscilam de acordo com a oferta e demanda de cotas no pregão. Quando a cotação de um ETF fica maior que sua respectiva cota de referência, o formador de mercado, um agente autorizado ou um grande investidor pode comprar a cesta de ativos do fundo e solicitar a criação de cotas com o objetivo de vendê-las ao mercado, regulando, assim, a demanda por esse ativo. Da mesma forma, quando a cotação de um ETF está menor que sua respectiva cota de referência, esse(s) mesmo(s) participante(s) poderá(ão) comprar cotas do fundo na bolsa e solicitar o resgate da cesta de ativos, regulando a oferta de cotas. Esse processo é conhecido no mercado como arbitragem. 

Quais os custos envolvidos?

O cotista pagará a taxa de administração, já está embutida na cota; custódia e corretagem, que pode variar de acordo com a corretora escolhida; e emolumentos da B3.

Quais os riscos?

Antes de investir em ETF, é importante que você avalie os riscos cuidadosamente. Como produto do mercado de renda variável, o ETF carrega o risco de mercado, inerente à variação do preço dos ativos que compõem a carteira do fundo, assim como o risco de liquidez das cotas.

Onde encontrar os ETFs listados no Brasil?

Todos os ETFs no Brasil são listados na B3 Brasil Bolsa Balcão.

Conheça os ETFs de renda variável listados.

Conheça os ETFs de renda fixa listados.