Os sonhos e objetivos de vida de uma família devem ser o Norte, a meta, o centro de atenção a partir do qual se organiza toda a vida financeira. Envolvem decisões relacionadas ao modo de vida, onde morar, em que colégio estudar, que categoria de carro ter, quais restaurantes frequentar, que roupa usar, aspectos que definem o estilo de vida presente, mas dizem respeito também a objetivos que normalmente demandam um planejamento de médio ou longo prazo, como garantir a tranquilidade financeira, comprar ou reformar a casa própria, adquirir o carro, planejar uma viagem, estudar no exterior, planejar a aposentadoria ou conquistar a independência financeira.

Daí a importância de se organizar financeiramente, controlar e planejar os gastos, utilizando ferramentas como o fluxo de caixa familiar, e o orçamento doméstico.

Mas, principalmente para objetivos que demandam a formação de reservas financeiras, a capacidade de poupar e construir reservas precisa ser associada a uma tomada de decisão de investimentos planejada e consciente. Uma vida financeira organizada é o primeiro passo para poupar, construir reservas e aumentar o patrimônio líquido, mas é preciso ir além, é preciso investir essas reservas.

 

O princípio básico da matemática financeira é o de que R$ 1,00 hoje é diferente de R$ 1,00 daqui a um ano. Em geral, R$ 1,00 hoje vale menos que R$ 1,00 no futuro. Esse fenômeno pode ser compreendido sob diferentes perspectivas, ainda que relacionadas:

  1. A inflação: o aumento persistente e generalizado dos preços em uma economia faz com que R$ 1,00 no futuro tenha um poder de compra menor em relação a hoje, porque os produtos tendem em média a ficar mais caros;
  1. Perda de oportunidade: existem inúmeras possibilidades de investimento no mercado financeiro que permitem aplicar o valor poupado hoje com a expectativa de resgatar no futuro com rendimentos.

Se a razão para poupar hoje é conquistar um objetivo futuro, então esses recursos poupados serão utilizados no futuro. Deixar as reservas financeiras paradas podem significar a perda do poder de compra, devido à inflação, ou a perda de uma oportunidade de formar um montante ainda maior, com investimentos. É o investimento que possibilitará ou manter o poder de compra das reservas ou até obter ganhos acima da inflação (ganhos reais). O investimento, portanto, deve ser visto como um meio para o alcance dos objetivos de vida.

Um dos grandes erros dos investidores é investir sem antes pensar nos objetivos. Ninguém investe para nada. O investimento é apenas um instrumento que pode ajudar no alcance dos objetivos. O objetivo, então, deve ser o ponto de partida para o investimento.

Portanto, a resposta para a pergunta é: não há o melhor investimento. O que existe é o investimento mais adequado a um objetivo e a um perfil de risco específicos.

O que ocorre é que as diferentes classes de investimentos (para conhecer os principais investimentos disponíveis no mercado brasileiro sugerimos a leitura do Menu Investimentos) existentes possuem características distintas. E, como cada objetivo possui também características específicas, nem todos os investimentos atenderão a todos os objetivos.

Por essa razão, antes de investir, pergunte-se: para que vou utilizar estes recursos no futuro? Uma sugestão é classificar os seus objetivos, considerando, pelo menos:

  • O prazo: quando pretendo utilizar estes recursos?
  • A liquidez: podem surgir oportunidades que me façam antecipar a conquista deste objetivo ou acredito que precisarei dos recursos apenas na data programada?
  • O risco: o que pode dificultar ou atrasar o alcance desses objetivos?

Esse detalhamento dos objetivos fará um filtro nos diferentes tipos de investimentos disponíveis, que não apenas facilitará a tomada de decisão, mas também a tornará mais eficiente para aquele fim específico.

Como exemplo, imagine uma família que esteja programando uma viagem para os Estados Unidos em dois anos. A definição do objetivo:

  • Prazo: 02 anos;
  • Liquidez: baixa, supondo-se que a viagem só poderá ser realizada em data específica;
  • Risco: câmbio.

Dadas essas definições, cabe agora buscar alternativas de investimentos que atendam em termos de prazo e liquidez e que minimizem os riscos. Esse mesmo exercício pode ser feito para todos os objetivos.

Emergências e aposentadoria: objetivos comuns

É claro que cada pessoa tem interesses diferentes e pode estar vivendo um momento de vida também diferente, de maneira que os objetivos podem ser muito diferentes. Esses são os objetivos que buscam atingir os sonhos, desejos de cada família. Mas há dois objetivos bem específicos que não deveriam ficar de fora do radar de ninguém. São eles:

  • Reserva para emergências:

Responda sinceramente: se perder parte da renda familiar hoje, por quanto tempo conseguiria manter as suas despesas? Imprevistos acontecem, e o desemprego ou perda parcial da renda é apenas um exemplo. Para ter tranquilidade financeira, um dos quesitos do bem-estar, precisamos estar preparados. Para alguns riscos, há seguros, mas para outros é fundamental poupar e construir reservas. Este deve ser um objetivo comum a todos.

Mas, quanto poupar para emergências e onde investir?

Estima-se que o montante necessário para compor as reservas para emergências deve estar entre 06 a 12 meses de gastos. O valor exato vai depender do tipo de renda, se fixa ou variável, da estabilidade no emprego, de quantas pessoas contribuem para a renda familiar etc.

Como a reserva para emergência é um objetivo que não tem prazo definido, pois pode ser utilizado a qualquer momento, e, portanto, precisa de alta liquidez, o mais adequado é que se busque alternativas de investimentos de baixo risco e liquidez diária, sem carências.

  • Reserva para aposentadoria complementar:

A aposentadoria pública não necessariamente irá igualar o seu último salário recebido. Isso pode acontecer ou porque o seu salário é mais alto que o teto máximo do sistema público, ou por questões de cálculo que, devido a regras vigentes, fazem com que o benefício a receber não alcance o valor integral do salário na vida ativa.

Em qualquer caso, alternativa para compor a renda na aposentadoria é formar uma reserva para aposentadoria. Trata-se de objetivo fundamental, que deve ser planejado por muitos, para se buscar uma qualidade

Quanto guardar e onde investir?

A resposta nesse caso vai depender muito das características de cada um. Não há uma única solução. Mas há ferramentas que podem lhe ajudar. Conheça a calculadora para aposentadoria do CVMEducacional [inserir link para a calculadora]

Não pare por aqui, leia o Guia CVM de Planejamento Financeiro

Quer refletir mais sobre tranquila financeira e objetivos de vida, em busca de um bem-estar financeiro melhor? Acesse a apostila 04 do Programa Bem-Estar Financeiro.