A distribuição e a negociação de ações e outros valores mobiliários no mercado, seja em uma oferta pública ou em mercado de bolsa, ocorre em um sistema organizado de intermediação e distribuição, que envolve, entre outros, instituições financeiras especializadas, como as corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, e os bancos de investimentos.

As corretoras de títulos e valores mobiliários, CTVM, ou simplesmente corretoras, como são na maioria das vezes chamadas, são instituições financeiras que desempenham papel primordial no acesso dos investidores ao mercado de capitais. 

No Brasil, os investidores só têm acesso aos mercados de bolsa por intermédio de participantes autorizados. E até o início de março de 2009, as corretoras eram as únicas autorizadas a operar. Portanto, qualquer investidor, para negociar em bolsa precisaria se cadastrar em uma corretora.  

A partir de então, com a edição da Decisão-Conjunta BACEN/CVM Nº 17, as Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, DTVM, também ficaram autorizadas a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores. Antes, para operar, o faziam por meio de uma corretora. Portanto, atuavam em uma faixa operacional e de serviços mais restrita.  

Como instituição autorizada a operar em bolsa, a principal função das corretoras é a execução de ordens de compra e de venda de ativos para seus clientes. Podem também auxiliar o investidor na medida em que disponibilizam para seus clientes informações provenientes de seus departamentos técnicos ou de análises de terceiros.  

Mas essas instituições financeiras atualmente possuem múltiplas funções no mercado financeiro e de capitais. Assim como as distribuidoras, podem também administrar fundos de investimentos, participar do processo de distribuição de valores mobiliários em ofertas públicas, distribuir fundos de investimentos abertos, não negociados em bolsa. Em alguns casos atuam ainda como custodiantes para seus clientes. Em geral, cobram taxas e comissões por seus serviços. 

As corretoras e distribuidoras normalmente oferecem aos seus clientes:  

  • Suporte para entender o funcionamento da Bolsa e para definição do perfil do investidor;  
  • Fornecimento de informativos sobre o mercado e relatórios de recomendação de ações, como forma de auxiliar na escolha de ações ou de tipos de investimentos;  
  • Disponibilização de ferramentas e serviços facilitadores, como o home broker (investimento via Internet) e ferramentas de análise gráfica;  
  • Assessoria de especialistas;  
  • Aviso sobre novos produtos no mercado, possibilitando a diversificação de seus investimentos;  
  • Informação sobre o recebimento de dividendos e outros valores que as empresas pagam aos acionistas. 

Com o passar do tempo, as corretoras ampliaram o seu leque de produtos financeiros oferecidos aos clientes, indo além do mercado de capitais. É comum atualmente, por exemplo, as corretoras disponibilizarem aos seus clientes investimentos em títulos bancários, como CDBs, LCIs, LCAs, LC, de diferentes instituições bancárias do Brasil. Além disso atuam também na intermediação da negociação de títulos públicos negociados no Tesouro Direto. Por razão têm sido apelidadas de shopping financeiro.  

Importante lembrar que muitas vezes o relacionamento dos investidores com as corretoras se dá por intermédio dos Agentes Autônomos de Investimentos, ou AAIs, por vezes chamados de Assessores de Investimentos, que são profissionais ou sociedades de profissionais especializados no atendimento aos investidores. Conheça melhor o papel e a função dos AAIs e outros profissionais do mercado

As corretoras e as distribuidoras necessitam de autorização prévia do Banco Central do Brasil para serem constituídas, estando sujeitas à fiscalização da própria bolsa de valores, da CVM e do Banco Central. 

Consulte o cadastro das corretoras e distribuidoras no Cadastro Geral da CVM.

Os Bancos de Investimentos também desempenham papel relevante no mercado financeiro de capitais. São Instituições financeiras especializadas em operações estruturadas para empresas. Tais operações podem envolver participação acionária ou societária de caráter temporário em empresas ou financiamentos, a médio e longo prazos, para suprimento de capital fixo ou de giro, mediante a aplicação de recursos próprios ou captados junto ao público.  

Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados. Além de instituírem, organizarem e administrarem fundos de investimentos, administram carteiras de valores, assessoram negócios, realizam lançamentos de ações de empresas e prestam outros serviços do gênero. São essas instituições, por exemplo, que usualmente assessoram as companhias no processo de abertura de capital e oferta pública de valores mobiliários aos investidores.